quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Urina de 24 horas ou Proteinúria de 24 horas




A chamada urina de 24 horas é uma análise urinária ainda muito usada por diversos médicos para avaliar algumas alterações renais. Neste texto vamos explicar o modo correto de colher este exame, quais os seus objetivos e apontar suas vantagens e desvantagens.






Como colher a urina de 24 horas




Se você chegou até este texto é porque provavelmente o seu médico solicitou uma urina de 24 horas. Então, antes de falarmos da utilidade do exame, vamos primeiro explicar o modo correto de fazer esta análise da urina.

A urina de 24 horas é nada mais do que aquilo que o próprio nome diz: uma coleta de urina que dura 24 horas.


Instruções: 

1.) O análise terá que ser feita durante 24 horas, portanto, o primeiro passo é escolher qual o intervalo mais confortável para que você colha a urina. O ideal é sempre escolher a hora em que você normalmente acorda. Vamos usar o horário de 7 horas da manhã como exemplo para o resto das instruções.

2.) Imaginemos que você irá começar a coletar a urina hoje. Ao acordar às 7h, você deve esvaziar a bexiga, urinando normalmente no vaso sanitário. Portanto, a primeira urina do dia deve ser desprezada. O exame começa na hora em que se esvazia a bexiga pela primeira vez no dia. Após urinar, anote a hora exata, pois a coleta deve terminar nesta mesma hora do dia seguinte.

Mas se o exame começa às 7 da manhã, por que então desprezar a urina desta hora?

Porque a urina que estava dentro da sua bexiga às 7h não foi produzida às 7h, mas sim durante toda a madrugada, desde a última vez que você urinou. Portanto, esvaziando-se a bexiga, colheremos apenas a urina produzida a partir das 7h da manhã.

3) Depois de esvaziar a bexiga, toda e qualquer urina deve ser guardada no mesmo recipiente (se você urina muito, pode-se usar mais de um recipiente). Não importa o volume, qualquer gota conta. Se for evacuar, não pode urinar no vaso. Se estiver tomando banho, não pode urinar no banho. Se for sair à rua, leve o recipiente junto ou não urine até voltar para casa.

O recipiente com a urina deve ser armazenado em temperatura ambiente ou dentro da geladeira. 

Por comodidade, indicamos a coleta do exame durante o Domingo; deste modo você não precisa levar o recipiente para o o trabalho e ainda consegue entregá-lo no laboratório na Segunda-feira de manhã.

Se houver qualquer perda na urina, o ideal é abortar a coleta, desprezando o que já foi colhido, e reiniciá-la no dia seguinte. Uma pequena quantidade de urina perdida já é suficiente para causar erros no resultado final.

Se você colheu a urina de modo errado e não comunicou o seu médico, quem sofrerá as consequências será você mesmo, pois o clínico ira tomar decisões baseadas em um resultado errado.

4) Você deve colher toda urina até às 7h do dia seguinte, incluindo esta última. Se você por acaso acordou mais cedo e urinou às 6h, procure beber água para conseguir urinar de novo quando der 7h. Lembre-se, o exame começa quando você esvazia a bexiga às 7h, e termina quando a esvazia de novo, também às 7h. A coleta da última urina pode ter uma tolerância de 10 minutos para mais ou para menos (entre 6:50h e 7:10h)

5) Uma vez terminada a coleta de 24h, a urina no recipiente pode ficar em temperatura ambiente por até 48h, porém, o ideal é mantê-la refrigerada. Quanto mais cedo a urina for entregue no laboratório, melhor.





Por que colher urina de 24 horas e não apenas 1 ou 2 horas?

A urina de 24 horas é um exame solicitado para quantificar determinadas substâncias na urina. O EAS (urina tipo I) que é o exame de urina mais comumente solicitado, feito através de amostra, apenas detecta a presença ou não de determinadas substâncias, não sendo capaz de quantificá-las de modo acurado. Como a excreção de determinadas substâncias na urina varia muito dependendo da hora do dia, colher apenas uma amostra torna-se um exame muto falho e de difícil padronização. Quando se usa um longo período de tempo para a coleta, como 24 horas, essas variações naturais acabam sendo minimizadas.

Para que serve a urina de 24 horas?

Mais de 90% dos pedidos de urina de 24h são feitos para se avaliar duas situações:

1.) Clearance de creatinina: O clearance de creatinina é basicamente a taxa de filtração dos rins, ou seja, a medição de quantos mililitros de sangue os rins filtram por minuto. É o principal modo de avaliar a função renal. Para saber mais sobre o clearance de creatinina e a taxa de filtração renal.

2.) Proteinúria: chamamos de proteinúria a presença de proteínas na urina, fato que só ocorre quando os rins estão doentes. O EAS (urina tipo 1) é capaz de detectar a presença de proteínas na urina, mas não consegue quantificá-la com exatidão. Além das proteínas totais, a urina de 24h também pode dosar a albumina na urina, chamada de albuminúria.





Leia: PROTEINÚRIA, URINA ESPUMOSA E SÍNDROME NEFRÓTICA para saber mais sobre proteinúria e albuminúria.

A nossa urina ainda é composta por várias outras substâncias, entre elas: cálcio, sódio, amônia, ureia, oxalato, citrato, magnésio, fosfato, ácido úrico etc... Portanto, além da avaliação da função renal e da quantificação da proteinúria, a urina de 24 horas também pode ser usada para quantificar todas estas substâncias. Obviamente, nem todas estas dosagens apresentam relevância clínica. Na prática médica, as comumente solicitadas são:

3.) Sódio urinário - é um modo indireto de se avaliar a quantidade de sal que o paciente ingere. Em situações normais, a quantidade de sódio que sai na urina é semelhante a quantidade consumida ao longo do dia. Muito útil na:
- Cirrose
- Hipertensão
 Cálcio urinário - importante na avaliação dos pacientes com cálculo renal

5.) Ácido úrico urinário - importante para os pacientes com gota e/ou ácido úrico elevados  e para os pacientes com cálculo renal a base de ácido úrico.

6.) Citrato - é uma substância que inibe a formação de cálculos. Pacientes com citrato urinário baixo estão sujeitos a formarem pedras nos rins.

7) Oxalato - também importante na investigação das causas de formação dos cálculos renais.

8) Potássio - útil na investigação de algumas doenças dos túbulos renais

Problemas da urina de 24 horas 

A urina de 24 horas foi durante muitos anos o melhor e mais utilizado meio para se avaliar a função dos rins. Porém, devido às inerentes dificuldades em sua coleta e aos frequentes erros que esta ocasiona, tem sido cada vez menos pedida na prática médica, principalmente entre os nefrologistas, os especialistas em rins.

O fato é que grande parte dos pacientes não colhe a urina de 24 horas de modo correto. Uma urina mal colhida gera resultados errados que mais atrapalham do que ajudam a avaliação do médico. Um agravante está no fato de que uma considerável parte dos médicos não sabe reconhecer quando a urina está colhida de modo errado. Isto faz com que condutas sejam tomadas baseadas em resultados que não correspondem com a realidade.

Para saber se a urina foi realmente colhida durante as 24 horas, basta dividir o valor da creatinina urinária pelo peso do paciente. Por exemplo, se uma pessoa de 70 kg eliminou 1400 mg de creatinina em 24 horas, isto corresponde a 20 mg/kg. 

Os valores normais são:
Homens 15 a 25 mg/kg
Mulheres 10 a 20 mg/kg

Valores abaixo ou acima destes indicam uma urina colhida de modo errado.

A urina de 24 horas nos dias de hoje

Atualmente já existem maneiras de se obter as mesmas informações da urina de 24h com exames mais simples. O cálculo da função renal, por exemplo, é atualmente feito com fórmulas matemáticas baseadas apenas na creatinina do sangue. A própria medição da proteinúria e da albuminúria também já pode ser feita de modo mais simples, apenas com uma amostra simples de urina.

A urina de 24 horas ainda é um exame útil naqueles pacientes que conseguem colhê-la corretamente. Porém, é um exame pouco confortável para o paciente e na maioria dos casos já não é mais preciso solicitá-la com frequência, já que é possível obter as mesmas informações com exames mais simples.


Biomedicina: BIOMEDICINA TEM UM AMPLO CAMPO DE ATUAÇÃO

Biomedicina: BIOMEDICINA TEM UM AMPLO CAMPO DE ATUAÇÃO: Perfusão Extra-Corpórea Dentre as 36 especialidades e habilitações o Biomédico pode atuar na Perfusão Extra Corpórea....

BIOMEDICINA TEM UM AMPLO CAMPO DE ATUAÇÃO







Perfusão Extra-Corpórea 



Dentre as 36 especialidades e habilitações o Biomédico pode atuar na Perfusão Extra Corpórea. A perfusão ou circulação extra-corpórea (CEC) é o procedimento no qual se substitui temporariamente as funções dos pulmões e do coração enquanto estes órgãos ficam excluídos da circulação, através de máquinas, aparelhos, circuitos e técnicas. O princípio da CEC consiste em desviar o sangue do coração direto para um sistema mecânico que o filtra, promove a sua oxigenação e regula a sua temperatura substituindo as funções dos pulmões.



Quando transformado em sangue arterial, regressa à circulação sistêmica com o auxílio de uma bomba, que substitui a função do coração. A CEC não apenas substitui as funções cardiopulmonares mas, ao mesmo tempo, preserva a integridade celular,
a estrutura, a função e o metabolismo dos órgãos e sistemas do indivíduo durante operações complexas e demoradas. O perfusionista trabalha numa equipe que atua no bloco operatório, constituída por cirurgiões, anestesistas e enfermeiros.

Sendo a perfusão uma técnica extremamente complexa e de vital importância para o doente, são necessários meios humanos à sua altura, surgindo assim, com uma função extremamente ativa e precisa, o perfusionista.
http://youtu.be/dvYfumwKvWY

Funções do perfusionista:

• Planear, preparar, analisar e utilizar meios tecnológicos em perfusão cardiovascular;
• CEC convencional em adultos pediá-tricos e infantis;
• Dispositivos de bombeamento sangüíneo;
• Filtração sangüínea;
• Trocas gasosas;
• Dispositivos de trocas gasosas (oxigenadores);
• Hemodiluição;
• Preservação miocárdica;
• Técnicas de hipotermia;
• Circuitos de perfusão;
• Técnicas de conservação de sangue;
• Manejo da coagulação;
• Reaproveitamento sangüíneo peri-operatório;
• Hemofiltração/hemoconcentração;
• Meios de assistência cardiorrespiratória